sexta-feira, 19 de junho de 2009

Jurassic Park III

Jurassic Park III (Joe Johnston - 2001)

Depois de uma continuação muito aquém do primeiro Jurassic Park, Spielberg volta somente para assinar a produção executiva deste terceiro episódio da cine-série baseada nos grandes dinossauros. Na prática, não é só o diretor dos dois primeiros longas que não volta para a sua função, mas a equipe toda. Com novos profissionais trabalhando, o terceiro filme da franquia tem um sabor de "mais do mesmo".


Passado oito anos dos eventos catastróficos da passagem da equipe de especialistas pela Ilha Nublar, novamente Alan Grant (Sam Neil) é convidado a visitar as criaturas que ama ver somente em ossos fossilizados. Contratado por um casal que se dizia aventureiro (William H. Macy no papel de Paul Kirby e Téa Leoni, representando a histérica Amanda Kirby), ele aceita sobrevoar a Ilha Sorna, apresentada no segundo filme. Leva consigo seu assistente e, pelo que tudo indica, sucessor na paleontologia (Alessandro Nivola vivendo Billy Brennan). Dos demais personagens principais que iniciaram a saga nos cinemas, somente Ellen (Laura Dern), a paleobotânica e parceira de Grant, retorna para uma pequena ponta. Chegando à ilha, ele percebe que foi enganado pelo casal e que foi levado lá enquanto guia em uma missão de busca ao filho daquele casal, Erik Kirby (Trevor Morgan), perdido oito semanas antes na ilha. A partir daí, a história se repete, com perseguições, morte dos únicos personagens preparados para o terreno com armas, e uma fuga interminável para sair com vida da ilha de um grupo de pessoas não-acostumadas com aquela situação.

Se o tiranossauro rouba a cena dos que deveriam ser os grandes inimigos nos dois primeiros filmes, o spinossauro não consegue a mesma empatia com o público. O filme se esforça em mostrar que este é muito maior e mais perigoso do que o T-Rex, quando os mostra em batalha, com vitória fácil para o novato. Mas ainda assim, as cenas que o envolvem ficam muito aquém das grandes cenas dos primeiros filmes. Aqui, são os velociraptors o grande desafio do grupo. Agora com um estudo mais aprofundado do sistema de comunicação e da inteligência destas criaturas, Grant entende que eles são muito mais espertos do que se pensava. E dá-lhe cenas de fuga dos "protagonistas" durante todo o tempo da fita. Aliás, com tantos animais muito mais abundantes e suculentos pela ilha toda, porque o spinossauro insiste em perseguir um bando de humanos magrelos? Certamente, ele tem poder para caçar qualquer outro animal na ilha e fica muito confuso o fato dele estar na cola daquele grupo de humanos. É claro que, em encontros casuais, ele atacaria, mas não é o que aconteceu. E, outro detalhe: ele sequer estava na lista da InGen. Onde ele esteve antes, principalmente no segundo filme, quanto tanta gente esteve na ilha, fazendo barulho, atravessando todo o ambiente, e nem sequer se soube que ele existia? Óbvio que a produção quis, nesse terceiro, introduzir um vilão ainda mais aterrorizante, mas acabou pecando pela coerência estabelecida antes.

Ainda assim, este terceiro filme trás coisas novas, como a presença dos pterodáctilos, praticamente ausentes nas duas primeiras partes da trilogia - na verdade, essa espécie fecha o segundo filme, completamente livre na ilha, e no terceiro estão todos presos. Estas novas criaturas fazem a festa dos entusiastas pré-históricos e protagonizam cenas muito bem criadas tecnicamente. Novamente, a equipe de efeitos especiais mostra que sempre pode melhorar o que já foi mostrado. O roteiro é melhor amarrado em si do que o segundo, ainda que apresente o mesmo defeito básico: não apresenta uma narrativa onde há início, meio e fim, mas sim uma sucessão de eventos de ação intercalados com momentos de desaceleração. As visitas às instalações antigas da InGen também dão um clima interessante e novo ao filme, mostrando experimentos e um ambiente de devastação. "É assim que se brinca de Deus", diz Grant em uma das poucas falas que importam no filme. E não se pode negar que os momentos de ação e aventura divertem bastante.

No final, a solução encontrada para a saída da ilha parece um tanto quanto "Deus Ex Machina", quando Ellie, adivinhando o que estava ocorrendo na ilha por uma chamada mal-completada de um telefone que acabara de ser comido e defecado pelo spinossauro, manda todo o exército americano resgatar o grupo. Que tipo de contato se tem para mover o mais poderoso corpo militar do mundo? Enfim, a mulher histérica, o banana, o paleontólogo, o menino-lobo que sobrevive dois meses sozinho no meio da ilha e o aprendiz de paleontólogo conseguem sair da ilha sãos e salvos, jurando para si mesmos nunca mais retornarem, até que algum evento os traga para as próximas sequências. Que estas venham só se tiverem um ótimo motivo para isso.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Selos e presentes da blogosfera

Pois é... por alguns blogs que frequentei, via esses selos e talz. Achei bem legal a iniciativa de alguns blogs premiarem outros com imagens e selos de amizade. E hj recebi meus primeiros três selos, da amiga Shirley, do Blog Animado. Fiquei bem contente e já postei os presentes. Como a regra de todos eles é, basicamente, indicar a blogs, aproveito aqui e indico a todos os meus seguidores e blogs na lista de favoritos, galera que me acompanha no dia-a-dia desse multiverso da blogosfera.

Muito obrigado, Shirley!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Mundo Perdido: Jurassic Park

The Lost World: Jurassic Park (Steven Spielberg - 1997)

Depois de um sucesso arrebatador do primeiro filme, a franquia Jurassic Park obviamente, por leis de mercado do cinema industrial norte-americano, voltaria às salas de cinema em continuações. O Mundo Perdido tem uma premissa interessante, mas completamente desconexa do primeiro Jurassic Park. Há uma outra ilha, chamada de Ilha Sorna, onde os dinossauros eram criados e desenvolvidos, para só então irem para a Ilha Nublar, vitrine real do parque. Estranhamente, no primeiro filme, vemos um laboratório onde o velociraptor nasce. Pode-se entender aquele pequeno laboratório como um pequena demonstração para visitante, mas ainda assim, porque estava funcionando antes do parque abrir? Mas enfim, há uma segunda ilha, onde os animais estão livres. Também explicam bem rapidamente como eles conseguem lisina, a substância sem a qual eles teriam sido criados para que, na falta dela, morressem. Será que cientistas geniais, que recriaram a vida através da mistura de um DNA de 70 milhões de anos misturando-o com o de outros animais não conseguiriam inventar uma outra substância da qual os animais precisassem sem ser uma que é encontrada em soja ou outros vegetais comuns? Vamos ficar mesmo com a definição do primeiro filme para prosseguir: A vida encontra um meio.

Partindo da premissa que há uma segunda ilha, organizam-se duas expedições ao local: uma, do próprio Hammond, criador e idealizador do parque, que buscava documentar os animais afim de convencer a própria empresa (que não fora citada anteriormente, a InGen) de que os animais e a ilha como um todo devem ser preservadas tal como está para que não ocorram novos erros. A segunda é encabeçada pelo sobrinho dele e agora figura central da InGen, para capturar alguns animais e levá-los para San Diego e, assim, criando um parque no continente, recurar o prejuízo causado pelo projeto de seu tio. Ian Malcolm, o matemático do primeiro filme, volta irreconhecível, não visualmente, mas pelo comportamento que apresenta. Agora é um pai cuidadoso e zeloso, ainda que mostre não ter talento para tal, e capaz de voltar ao inferno do qual tinha sobrevivido para salvar a namorada. Ainda que pareça um amadurecimento do personagem, depois de passar pelo descrédito e pela ruina na carreira por divulgar o que tinha acontecido na Ilha Nublar, nada explica que o personagem de Jeff Goldblum tenha se tornado uma outra pessoa. Sem irresponsabilidades, sem sorriso malandro, sem nada disso. Do início ao fim da fita, foi o chato da história.

Ainda assim, o filme é redondinho e, dividido em duas partes muito bem determinadas, buscou apresentar algo novo. Ainda que esta sequência tenha mais dinossauros, mais mortes e mais espécies diferentes, não teria um apelo tão forte quanto o primeiro, que apresentou as criaturas. O que poderia ser feito de diferente então? Se já tivemos muitos ótimos momentos de perseguição no habitat "natural" destes animais, o que aconteceria se levássemos eles para uma grande cidade americana? Com esse diferencial, o todo poderoso Tiranossauro Rex foi levado, de fato, ao continente. Não seria algo novo, já que King Kong e Godzilla adoravam colocar esses animais gigantescos para causar o caos na cidade grande, mas pela primeira vez, as maravilhosas e realistas criaturas de Spielberg poderiam trazer realismo a uma tragédia anunciada. Um Tiranossauro não sairia quebrando prédio com os braços, nem subindo neles até o topo, mas, enfurecido, o que ele poderia provocar? Infelizmente, também nesse ponto, o filme pecou. O melhor momento desta sequência final é quando ele engole o cachorro e, ainda com a casinha pendurada na boca, é visto pelos donos do pobre cão. A perseguição pelas ruas não empolgam em momento algum, não trazem nada de novo e é extremamente cansativa.

De certa forma, ainda que se mostre uma continuação muito pouco amarrada ao original, mostrando que obviamente é um filme pensado para arrecadar mais um caminhão de dinheiro (e de fato o fez, figurando até hoje entre as 70 maiores bilheterias de todos os tempos), O Mundo Perdido é um deleite para fãs e entusiastas de dinossauros. Sua técnica é fantástica, melhorando ainda mais a grande revolução criada anos antes pelo mesmo Spielberg, trouxe outras espécies e novos cenários para elas, tem cenas muito interessantes, com um certo toque do diretor, mas assistir o filme logo depois de ver o primeiro dá uma sensação de vazio. Aquele relaxamento da mente e dos nervos que se tem ao ver o helicóptero partindo da ilha em Jurassic Park é substituído por um alívio pelo final de O Mundo Perdido. Para quem está procurando ver dinossauros, certamente é uma ótima experiência. Para quem quer ver um bom filme, nem tanto.
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