quinta-feira, 21 de maio de 2009

O fim da quinta temporada de Lost e o último período de espera pela próxima...

Como se já não bastasse a overdose de opiniões, teorias, comentários, análises e devaneios sobre o último episódio da penúltima temporada de Lost, que foi ao ar na TV americana no dia 13 de maio, vou aqui dar os meus pitacos, ainda no furor de ter visto o episódio com uma inacreditável diferença de uma semana e depois de ter lido as ótimas postagens de C.A. Monteiro no Lost in Lost, do pessoal do Dude! We Are Lost e de Karen, do Defenda a Ilha. Creio que muitas das teorias levantadas por todo o mundo estão nas últimas postagens deles e não me parece muito inteligente repetí-las aqui. Mas de qualquer forma, não dá pra ficar quieto depois de um final de temporada tão arrebatador como este. Já que fazemos parte de uma nova geração de espectadores, que mais do que apenas receptores passivos, somos parte ativa do fenômeno Lost e dos que se seguem e seguirão, faço aqui a minha parte.

Lost é composto pela dualidade. Oposições não faltam ao longo dos últimos cinco anos, desde o início, com o embate entre o bondoso doutor Jack e o golpista politicamente incorreto Sawyer, passando pelos sobreviventes e os Outros, fé e ciência, Ben e Widmore, Jack (de novo) e Locke, ilha e cargueiro e, somando-se a essa lista, Jacob e o seu nêmesis de nome desconhecido, mas que muita gente já convencionou chamar de Esaú. Mas a maior de todas estas antagonias não está no roteiro, mas sim em nós que acompanhos a série quase que como seguidores de Jacob (ainda que alguns possam questioná-lo de vez em quando). Lost tem fãs completamente diferentes entre si. Uns adoram as relações pessoais, romances, amizades e desenvolvimentos sociais que a série propicia, já que juntou em um mesmo momento, forçadamente, personagens de tão diferentes origens e trajetórias, que acabaram sendo obrigados a conviver e a sobreviver juntos, causando brigas, amizades, desconfortos, relações amorosas, relações de ódio... enfim, relações humanas, sobretudo. Outros são fãs da mitologia construida pela série, que bebe nas mais diversas fontes para criar a sua própria. Parafraseando uma grande frase de Paulo Emílio Salles Gomes, grande estudioso do cinema nacional, nada em Lost é referência, pois tudo o é. Ou seja, o seriado se utiliza de tantas fontes que acaba por se tornar único exatamente porque não se parece com nada e, ao mesmo tempo, é tudo. Não basta saber somente sobre mitologia egípsia, ou sobre o cristianismo, ou sobre a mitologia grega, porque tudo se mistura lá se transformando em algo novo e uniforme. É essa mitologia que faz com que estes fãs percam suas noites de sono atrás de imagens de deuses que se pareçam com uma estátua, ou buscando saber o que significa cada frase em latin dita por Richard, o homem que não envelhece. São fãs do mistério, do suspense, da ficção científica, que ficam imaginando onde esta ilha está, se dentro da terra, se em outro planeta, se em outra dimensão ou plano espiritual, ou se existe mesmo. Posso estar enganado em afirmar que nunca na história mundial algo conseguiu ser a representação viva e inconteste da Babilônia como Lost está se tornando há alguns anos. Se a criação de J.J. Abrams segue alguns dos paradigmas criados por Matrix ao dialogar com o espectador pensante, se difundindo nos mais diversos veículos para ampliar o seu universo e se tornando um genuíno exemplo do que se convencionou chamar de crossmedia, acrescentou algo novo ao alimentar um multiverso ainda maior: o do seu público.

Esta quinta temporada foi sintomática quanto a tudo isso. Trouxe novos elementos à trama, alguns que causaram a fúria de alguns membros da comunidade lostiana, outros que a fizeram aumentar. Tratou de um tema sempre complicado, como as viagens no tempo e todas as suas implicações, mostrou nuances nunca vistas antes de cada um dos personagens, inverteu valores e atribuições e fechou como a série se tornou especialista em fazer: trazendo mais perguntas do que respostas. Alguns se perguntam se isso não é uma coisa ruim, visto que estamos a só desesseis episódios do final da saga, mas eu duvido. Temos mais de 9 meses para gestar teorias e hipóteses, as quais certamente cairão por terra a cada cena da última temporada, como tem acontecido sistematicamente após cada fim de temporada.

Enfim, Carlton Cuse e Damon Lindelof mostraram mais uma vez que sabem onde estão levando a série. O clarão final desta temporada é a grande metáfora deles para nos mostrarem o quanto sabemos sobre a verdade que está por trás da ilha. Mais do que nunca, as expeculações são livres e, certamente, estarão erradas. Só precisamos aguardar, debater, discutir que olho é aquele no meio do tapete fiado por Jacob e o porque ele tocou cada um dos nossos personagens principais em momentos distintos de suas vidas. Mas eu ainda tenho certeza que Rose e Bernard morreram juntos dentro de uma caverna para serem encontrados em 2004. No mais, não sei de nada. E... que bom!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Sonic on-line: jogue agora mesmo!

Já remontam alguns anos onde eu e meu bom e velho Master System passávamos horas juntos, longe de tudo e de todos, na grande missão de alcançar as famigeradas Esmeraldas Caóticas e ajudar o ouriço azul (ainda que tenha quem teime em dizer que era um porco-espinho, já que a Tec Toy do Brasil o divulgou como tal) a vencer o malfeitor Dr. Robotnik (ou Dr. Eggman nas versões orientais) e livrar seus amiguinhos da floresta de um grande mal. O jogo, no bom e velho estilo plataforma, era diversão garantida e uma ótima alternativa ao já famoso encanador da Nintendo, concorrente da Sega no mercado dos consoles caseiros. Vieram as leis de mercado, mudanças de paradigmas, final da Sega enquanto fabricante de consoles (devido ao fracasso comercial do Dreamcast) e Sonic acabou cedendo espaço a milhares de outros personagens no imaginário coletivo dos jogadores mais novos. Mas jamais vai deixar de ser um clássico! Quer matar a saudade? Quer jogar pela primeira vez? Aproveite!



Créditos para http://www.icongamez.com/

domingo, 17 de maio de 2009

m-Learning e os novos paradigmas de uma sociedade na "Idade Mídia"

O conceito de Mobile Learning, ou simplesmente m-learning, tem tomado força nos últimos tempos de crescimento da educação a distância. Basicamente, a tradução literal do termo já explica o que caracteriza esta nova forma de se educar: é o aprendizado móvel, ou mobilidade no aprendizado. Nascido na Europa no conceito de globalização e da locomoção livre dos cidadãos do velho continente trazido pela União Européia, o m-learning se apresenta como uma grande alternativa, a médio e longo prazos, de tornar a educação mais presente na vida das pessoas, extrapolando a educação formal e escolar e atingindo todos os níveis de convivência e relacionamentos sociais e profissionais de cada um de nós.

O mundo vive hoje uma era multimidiática e de comunicação contínua, apelidada por muitas pessoas como a "Idade Mídia". As demandas para que cada indivíduo possa estar conectado com o mundo de informações cada vez mais gigante surgem a cada dia, das coisas mais simples, como ir ao supermercado, até as mais complexas, como a própria formação escolar e a atividade profissional. Não são raros os casos onde alguém precisa estar conectado 24 horas ao seu trabalho para que o faça de maneira correta, competente e eficaz. Exemplos de médicos, economistas e jornalistas que se utilizam do celular, notebook ou palmtop para obter informações importantes para eles não faltam. Já no contexto educacional, a comunicação móvel parece estar se tornando parte imprescindível de uma formação contínua, ainda que apresente limitações que são importantes de serem sanadas.

Ainda que a idéia de aprender por dispositivos móveis não seja tão nova assim - há algum tempo existem cursos de línguas, por exemplo, totalmente em fitas-cassete que podem ser ouvidas e praticadas em qualquer lugar, desde que o usuário/aprendiz tenha um walkman no bolso - o conceito está ganhando força exatamente pelas possibilidades únicas de imersão que as novas tecnologias permitem: a comunicação síncrona, contínua e em várias mídias diferentes. Diferente de apenas áudio, agora é possível receber texto, imagens e vídeos em um único aparelho celular, no momento em que são produzidos, e de qualquer parte do mundo.

Desde um simples SMS, acessível hoje a metade da população mundial, porcentagem essa que já possui um aparelho de telefone celular, até vídeos em tempo real, recurso este um pouco mais restrito a camadas mais abastadas financeiramente, os aparelhos móveis permitem uma comunicação cada vez mais completa entre indivíduos ou entre grupos inteiros. Mais do que o relógio de pulso, que há décadas estabeleceu uma nova rotina social sincronizada, o aparelho celular permite um contrato comum de comportamento e comunicação sem limites espaço-temporais. Uma revolução no sistema de comunicação global, que estabelece uma nova linguagem entre os iniciados e que parece aumentar ainda mais as desigualdades, mas que ao mesmo tempo abre possibilidades sem precedentes de levar informação e educação não-formal como nenhuma outra tecnologia.

O custo ainda elevado de aparelhos móveis - não só celulares, mas também de MP3, MP4, MP10 e MPsei-lá-até-que-número, bem como a diferença tecnológica entre todos eles, faz com que seja muito difícil a adoção de práticas educativas móveis em grande escala com certa variação de mídias. Nesse momento, somente o famoso Torpedo SMS é um padrão comum a quase todos os aparelhos celulares. Talvez em alguns anos imagens fotográficas e arquivos de áudio estejam tao difundidos como as mensagens de texto. Mas ainda assim, o que hoje são vários e vários projetos e estudos precisa de muita adequação para que não seja somente mais um instrumento de exclusão e de aumento das desigualdades. No final das contas, o m-learning parece ser uma metodologia restrita de aplicação tecnológica para educação, mas em alguns anos - e não muitos - não estaremos discutindo a viabilidade da aplicação destes recursos, mas como explorar essas possibilidades. Será um momento em que a educação móvel não será só uma idéia, mas uma necessidade social.

Referência de Leitura:

BULCÃO, Renato.
Aprendizagem por m-learning. In: LITTO, Fredric M.; FORMIGA, Marcos. Educação a distância: o estado da arte. Pearson Education: Porto Alegre, 2008. p.81-86.

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