quinta-feira, 11 de novembro de 2010

[ Review ] Super Street Fighter IV

Lembro-me bem: eu e meu primo, lá com os nossos 12, 13 anos de idade, conseguindo ganhar R$ 0,50 do meu pai e correndo para o buteco próximo à casa do meu tio. Não era alcoolismo precoce, nem nada parecido, ainda que também pudesse ser considerado um vício. Era a chance de comprarmos duas fichas para jogar o poderoso Street Fighter II, já esperando que a fila não estive tão extensa assim, como era normal. Ele se dava melhor jogando com o Mr. Bison do que eu com Ken, mas isso não importava muito, já que o que valia era o prazer de dizer que jogávamos o melhor de todos os jogos de luta.

Faz tempo. Talvez 12... talvez 15 anos. Não fiz as contas. Mas a sensação daquele tempo, enfim, voltou quando eu não esperava mais que um jogo de luta poderia trazê-la de volta. E, de novo, tinha que ser Street Fighter, agora na sua quarta versão. Quer dizer... tenho preguiça de contar quantos jogos com essa marca foram lançados desde o clássico SFII, como o terceiro e não tão memorável terceiro episódio, a série Alfa, que eu até gosto bastante, a série EX com a tentativa não muito bem sucedida de levar os personagens para o mundo 3D, além de tantos "versus", bastante divertidos, mas que sempre estiveram longe de serem clássicos como aquele do fliperama no buteco fedido da esquina. De todo modo, a cronologia oficial coloca esta nova versão como a quarta de uma série curiosa, já que não conheço ninguém que tenho jogado Street Fighter I (que pelo que li por aí tinha mais a ver com beat'up e não com luta propriamente dito), e a terceira, ainda que muito boa tecnicamente, não empolgou ninguém de verdade.

Os tempos são outros, os jogos de luta perderam popularidade, sendo que poucos dos garotos da nova geração se importam com estes games, mas Street Fighter sempre será Street Fighter. E a nova versão faz uma grande homenagem aos fãs da franquia, com um jogo simples, divertido, empolgante e viciante como fora o seu sucessor mais famoso. Nada de controles complicados, combos super complexos ou comandos impossíveis. Eles até existem, mas ninguém precisa fazer bolhas nos dedos para se divertir aqui (ainda que as vezes seja inevitável que elas apareçam).

Como sempre, a história do jogo pouco ou nada interessa. Tanto que até agora não me interessei em saber que raios de criatura é o chefe final, Seth. O que vale mesmo aqui é o quebra pau no melhor sentido do termo, decendo a lenha em todos os adversários, sejam eles colegas ou o computador apelão. Afinal, estamos falando de um dos jogos que mais despertam a ira de quem perde. Atire a primeira pedra quem nunca reclamou e se descabelou com o Bison defendendo até sopro e contra-atacando com o tal do pilão até acabar com a nossa raça? O que mudou quanto a isso? Nada! O chefe final dá desespero as vezes, principalmente jogando com personagens lentos. Mas, como sempre, o melhor golpe é a boa e velha rasteira. Enfim, contra a apelação, apela-se!

O jogo conta com uma gama bastante diversificada de personagens e cenários, cada qual com expressões e movimento bastante característicos, mantendo sempre os gestos clássicos, sem perder a vocação de evolução. Os novos personagens se encaixam bem nesse universo e se mostram bastante interessantes, ainda que dificilmente alcancem o charme dos antigos. Afinal, quando é pra valer mesmo, Ryu, Ken e Sagat sempre vão estar lá. Estranho as vezes são as escolhas de cenários. Ainda que as lutas aconteçam no país do desafiado, algumas vezes parece estar descaracterizado do próprio. Mas mesmo estes não deixam de ser mais um agrado para os jogadores de longa data. Aliás, a nostaugia parece ter tomado conta mesmo da equipe de criação. Músicas, a fase bônus de arrebentar o carro, os finaizinhos mequetrefes de cada personagem... está tudo lá como nunca deixou-se de gostar. E o resultado não poderia ter ficado melhor.

SSFIV, uma evolução de SFIV, enfim, é um ótimo jogo de luta para os saudosistas, mostrando que enfim percebeu-se que esse gênero foi feito para o 2D, assim como os jogos de plataforma, como Sonic the Hedgehog ou Super Mario World. Mortal Kombat parece estar buscando a mesma linha. A jogabilidade em duas dimensões é o grande trunfo do jogo, que não inventa nesse sentido e aposta no que funcionou tão bem sempre. Ainda que os recursos gráficos da nova geração possibilitem uma renderização de personagens e cenários muito bem detalhada em um 3D estilizado, o jogo segue sua fórmula simples e clássica de meia-lua e soco. Por isso, é obrigatório na coleção de todo mundo que, assim como eu, estava naquela fila doido para passar raiva quando chegasse no Bison. e que, mesmo assim, saia "disparando raduguem" no meio da rua.


Super Street Fighter IV

Desenvolvedora: Capcom
Ano de lançamento: 2010
Plataformas: PCs, X-Box360 e PS3
Personagens jogáveis: Ryu, Ken, Chun-Li, Guile, E. Honda, Blanka, Dhalsim, Zangief, M. Bison, Balrog, Sagat, Vega, Akuma, Abel, C. Viper, El Fuerte, Rufus, Seth, Akuma, Dan Hibiki, Fei Long, Cammy White, Sakura Kasugano, Gen, Rose, T. Hawk, Dee Jay, Adon, Cody, Guy, Ibuki, Makoto, Dudley, Juri, Hakan

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

[ Preview ] Nikita - 1ª Temporada

Quando se anunciou a produção de uma nova versão do seriado Nikita, pela CW, houve muita desconfiança sobre como, porquê e quem estava trazendo de volta a personagem que foi trazida ao público pela primeira vez em 1990, no filme La Femme Nikita, de Luc Besson, e que esteve presente na TV por cinco temporadas, entre 1997 e 2001.

Aos poucos, esses sujeitos começaram a ser revelados. McG, diretor de filmes como As Panteras e O Exterminador do Futuro - A Salvação é quem leva a série enquanto produtor executivo para a CW. A atriz havaiana Maggie Q protagoniza a trama como a mercenária vingativa que empresta o nome à série. Ela é conhecida do público do cinema por participações em blockbusters como Duro de Matar 4.0 e Missão Impossível III, e até mesmo de quem conhece um pouco mais sobre quem trabalha em jogos por ter participado de Need for Speed: Undercover. Ou seja, nomes de peso da indústria do entretenimento se mostraram envolvidos e a coisa começou a ficar mais interessante.

Alguns episódios exibidos foram definitivos para mostrar a que a série veio. E é uma ótima proposta. Ainda que a narrativa não seja lá muito original, o trabalho de direção em cada episódio e a construção de personagens são muito bem executados. A ação é bem dosada, foge dos exageros comuns em produtos de McG e é bastante convincente. A interpretação, tanto da protagonista quanto dos demais, é muito interessante por permitir que a personalidade de cada um não fique em pontos rasos e maniqueístas. Além disso, a história é muito bem amarrada e, mesmo não tendo até então um grande fio condutor, prende o espectador e sempre deixa a vontade de ver o próximo episódio.

Enfim, é uma ótima série e, dentre as estreiantes deste fall season, certamente uma das melhores. A tendência é que seja renovada e tenha uma vida longa nas telinhas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Antes tarde do que mais tarde...

Pois é, pessoal! Quase oito meses distante destas postagens. Mais de um ano sem novidades aqui no PIS. Mas para quem achou que era o fim deste exercício de botar a cachola para funcionar acerca de todo e qualquer conteúdo audiovisual, cá estou eu, tirando o blog do limbo, quase que como um morto-vivo, para uma nova fase.

Agora com dois anos de existência, há novidades que estarão presentes aqui e espero que somem ainda mais a esse pandemônio de imagens e sons. Estive fora do ar por causa da minha famigerada dissertação de mestrado, e agora que, enfim, ela foi entregue, o tempo para o blog volta e estar na minha pauta. Dentre as coisas novas, vamos ter análises e diálogos sobre quadrinhos, mais debates sobre games, os bons e nem tão velhos seriados e, claro, muito cinema.

Então, para os heróis que estão lendo estar palavras, muito obrigado por não abandonarem o barco. Espero que vocês não se decepcionem.

Vamos que vamos, PIS!
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