quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Star Wars - Episódio V: O Império Contra-Ataca

Em 1980, Star Wars já era um verdadeiro ícone pop, divisor de águas em todos os sentidos no que diz respeito a cinema e entretenimento de massa. Star Wars - Episódio IV: Uma Nova Esperança rendeu dinheiro e prestígio a George Lucas, e o novo episódio da franquia tinha a missão de sedimentar esse trabalho. Foi nesse contexto que Star Wars - Episódio V: O Império Contra-Ataca foi lançado. Hoje, quase 30 anos depois, muitos fãs e críticos afirmam ser este o melhor dentre todos os filmes da hexalogia. E tem vários motivos para isso, visto que, neste episódio, tudo está maior e mais desenvolvido. Narrativa, diálogos, direção, efeitos especiais, mitologia... tudo é mais denso e, assim, tem mais poder na tela.

O tom do filme, como o sub-título anuncia, é um pouco mais tenebroso que o anterior. Se no episódio IV temos o surgimento de um novo herói, com pureza de coração e altruismo, esse novo episódio foca mais os seus esforços no poder e nas ações do grande antagonista de Luke Skywalker, o poderoso Darth Vader. Suas atitudes e comportamento são bastante claros quando mostram que esse é um guerreiro muito poderoso, um líder bastante ditatorial e um homem sem nenhum valor ético ou moral. Para isso, basta ver os tipos de punição que ele aplica a seus subordinados a cada erro ou seus mandos e desmandos nos acordos que fecha durante toda a fita com Lando. Vader é, de fato, o personagem principal deste filme e, no final das contas, é também o protagonista de toda a saga. E, exatamente por isso, esse capítulo tem um tom mais sombrio e pesado, deixando claro que não é tão simples assim vencer o lado sombrio da Força como foi destruir a Estrela da Morte.

Contudo, não é somente Vader que tem espaço no longa. Temos duas tramas paralelas ocorrendo a partir da primeira grande cena, quando o império invade o planeta gelado de Hoth. De um lado, vemos Han Solo, Leia, Chewbacca e C3PO fugindo na Millenium Falcon e chegando à Cidade das Núvens, lar de Lando, um antigo conhecido de Solo. Lá são traídos pelo anfitrião e feitos prisioneiros do império. Conhecemos então, além de Lando, antigo dono da nave que agora é de Solo, Boba Feet, um caçador de recompensas, e talvez um dos personagens secundários mais cultuados do universo Star Wars. E, obviamente, o personagem mais marcante que faz o seu debute na saga é ninguém menos que o maior cavaleiro Jedi de todos os tempos, Mestre Yoda, que fará parte nesse filme do segundo núcleo narrativo, quando treinará Luke que chega ao planeta de Dagobah com R2-D2. É no final do filme que esses dois universos chegam ao ponto comum, no momento em que o intempestivo jovem Skywalker abandona o treinamento para salvar seus amigos. Yoda mostra, nesse capítulo, o quão sábias são suas palavras e o quanto ele domina da Força e é realmente, ao lado de Darth Vader, o maior ícone de toda a saga.

Algumas coisas ainda incomodam pela mesma inocência do roteiro vista anteriormente. Vemos novamente Luke sendo muito devoto a Ben, ou Obi-Wan Kenobi, mesmo tendo passado menos do que 3 dias sendo treinado e orientado pelo velho Jedi. Mesmo Vader cita que seu antigo mestre ensinou seu oponente muito bem. Aliás, a passagem de Luke de um piloto muito competente e um garoto voluntarioso para um Jedi que consegue enfrentar e até atingir o grande Vader é rápida demais. É claro que ainda não havia essa visão geral, mas se Anakin demorou mais de 30 anos da sua vida para atingir o nível de controle da Força apresentado nesse episódio, é um pouco de exagero Luke, com 3 dias de treinamento com Ben e mais 2 dias com Yoda possa ter algo ao menos parecido. Tudo bem que ele foi derrotado, teve sua mão decepada e tudo mais, e que Vader nem estava realmente querendo matá-lo logo de cara, e isso pode demonstrar que o duelo foi só uma brincadeira de Vader enquanto ele tentava convencer Luke a ir para o lado sombrio da Força, mas ainda assim a intenção parecia congelar o jovem padawan e Vader nem chegou perto de conseguir isso.

De qualquer forma, esses detalhes não chegam nem perto de influenciar no resultado final, já que posso afirmar tudo isso tendo uma visão um pouco maior de todo o caminho da franquia e, provavelmente naquele momento não se tinha todo esse panorama de como era realmente o treinamento de um garoto até chegar ao status de Sith ou Jedi. O Império Contra-Ataca tem uma dinâmica bastante interessante ao estabelecer duas tramas paralelas e dá espaço para um aprofundamento das relações entre os personagens. Não só entre Luke e Yoda ou entre Luke e Darth Vader, mas também entre Chewbacca e C3PO, Solo e Lando e, obviamente, a relação de amor e ódio entre Solo e Leia. O desfecho absolutamente aberto já mostrava a certeza da realização de um terceiro episódio, deixando claro que este era um capítulo intermediário e que tinha a missão de complicar as coisas, aprofundar alguns personagens já estabelecidos, apresentar outros e preparar o terreno para o grande e iminente embate final. E ainda há espaço para a revelação mais estrondosa da saga e certamente uma das mais marcantes de toda a história do cinema: "Luke, I'm your father..." Certamente, eu tenho a sorte de poder assistir a'O Retorno de Jedi assim que tiver um tempinho. Posso imaginar como foi a espera do público por três anos naquela época...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Arraste-me Para o Inferno

Havia algum tempo que Sam Raimi não se dedicava ao gênero que o revelou e que o tornou famoso, principalmente com a trilogia Uma Noite Alucinante. Depois de anos se dedicando ao famoso super-herói que todos conhecemos como Homem-Aranha, parece que o diretor resolveu dar um tempo e se divertir realizando um filme descompromissado e que não tem nada a perder. Sim, porque errar com um personagem consagrado como Peter Parker é quase que um pecado fundamental em Hollywood e pode derrubar a carreira de qualquer grande talento (vide Bryan Singer, que se não perdeu seu emprego, já não é a sensação do momento depois do mal-sucedido Superman - O Retorno). Agora, se ele errar em um filme como Arraste-me Para o Inferno, provavelmente pouca gente ficaria sabendo, e quem soubesse pouco daria importância. E exatamente por ser descompromissado com a seriedade que ele volta a fazer o que, nos dias atuais, ninguém faz igual: o horror gore mais cômico e divertido que se pode imaginar. E terror gore não significa trash, longe disso. Ainda que sua estética tenha relações diretas com isso, ele consegue fazer um filme de terror nojento e limpinho ao mesmo tempo. Está ficando cada vez mais confuso, né? Vamos à trama.

Christine Brown é uma agente de crédito que, para impressionar o seu chefe e conseguir uma promoção, se mostra forte ao negar mais prazos e benefícios a uma senhora idosa e aparentemente inofensiva. O que ela não esperava era ganhar uma belíssima maldição com essa atitude, a qual prevê que um demônio, Lâmia, a levaria para o inferno pessoalmente depois de atormentá-la por três dias. Sua batalha então será conseguir evitar que a maldição se confirme e conta com a ajuda de um médium e de um nada crédulo noivo para isso. Uma premissa nada original ou revolucionária que, aliás, não se preocupa nem um pouco em se fundamentar. Quem é Lâmia? É o próprio coisa-ruim? É um de vários demônios? Há uma hierarquia de capetas assim? O inferno é o mesmo que alguma religião relata? Quem se importa? Raimi não está nem um pouco preocupado em mostrar a origem do dito cujo exatamente porque não o leva a sério como muitos fariam. Não há uma explicação, não há uma origem, não há um porquê. A velha a amaldiçoou e pronto. Ela está fu... ferrada se não conseguir evitar o seu terrível destino. E isso basta para deixar o espectador ligado ao caminho da protagonista.

Aliás, se o elenco em um primeiro momento pode não convencer, já que tanto Christine quanto seu noivo parecem mesmo personagens de um filme de high school, vemos em seguida que eles cumprem muito bem os papéis. Principalmente Alison Lohman e sua cara de assutada e desesperada. Ela conseguiu assumir o papel de uma forma tão contundente que, se fosse de outra forma, pareceria realmente algo ridículo. Seu noivo, interpretado por Justin Long, não parecia tão a vontade assim, mas exatamente por não acreditar em nada daquilo acabou fazendo da indiferença uma grande virtude do personagem. E não podemos esquecer de Lorna Raver no papel da Sra. Ganish, a tal velha-bruxa-cigana-demo-sei-lá-mais-o-que, que consegue ser tão nojenta quanto assustadora e, perto dela, o tal Lâmia nem parece tão ruim assim. Tudo isso de um modo que o elenco mostra ter comprado a idéia de Raimi e faz um trabalho muito decente por não levar o filme a sério tanto quanto o diretor.

A narrativa não acrescenta em nada ao cinema, ou sequer ao gênero. É uma soma de situações e desodobramentos do que os anos 80 cansou de reproduzir para esse seguimento. E exatamente por isso, acaba trazendo um ar de frescor para um gênero que se tornou sério demais, e de tão sério ficou chato. Em tempos onde as adaptações de terrores japoneses é que são o ponto máximo do medo, nada melhor do que o resgate de uma forma de fazer terror que consegue divertir ao mesmo tempo que assusta. E o mais engraçado é que, em meio a adaptações, refilmagens, prelúdios, releituras e afins, consegue ser a ponta de originalidade que o cinema norte-americano parece ter deixado de lado. Está tudo lá: zoom no rosto da personagem mostrando medo, o susto da assombração que atormenta, a maldição mal-explicada, o vento abrindo portas e janelas, o cemitério, a velha caolha, chuva no momento de tensão, sangue jorrando aos baldes... tudo o que um bom e descompromissado terror precisa ter. O que é mesmo interessante é que, em tempos de seriedade, o clichê é tudo o que se espera em um filme assim.

domingo, 4 de outubro de 2009

O que os Stormtroopers fazem que nunca foi mostrado...

Ok, ok... eu prometi que a postagem seguinte sobre Star Wars trataria de O Império Contra-Ataca, mas quando vi essas imagens, eu não resisti. Esse Stéfan realmente tem uma grande criatividade em compor situações hilárias com alguns de seus ítens de colecionador. A imagem abaixo é só um exemplo desse trabalho bacana, que pode ser conferido aqui, no Flickr dele.


Nesta coleção, vemos o que fazem os Stormtroopers quando estão fe folga. As vezes se divertindo, as vezes fazendo aquilo que foram treinados para fazer, eles realmente se mostram dedicados ao que fazem. Se foram os anos de guerras ou o poder da Força que os deixaram assim, não podemos saber. Resta-nos rir ao acompanhar esse álbum até o fim, até porque é impossível não ver a próxima foto. E obrigado ao ótimo Território Nerd pela indicação, local onde vi esse link pela primeira vez. É isso aí!
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