segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Mundo Perdido: Jurassic Park

The Lost World: Jurassic Park (Steven Spielberg - 1997)

Depois de um sucesso arrebatador do primeiro filme, a franquia Jurassic Park obviamente, por leis de mercado do cinema industrial norte-americano, voltaria às salas de cinema em continuações. O Mundo Perdido tem uma premissa interessante, mas completamente desconexa do primeiro Jurassic Park. Há uma outra ilha, chamada de Ilha Sorna, onde os dinossauros eram criados e desenvolvidos, para só então irem para a Ilha Nublar, vitrine real do parque. Estranhamente, no primeiro filme, vemos um laboratório onde o velociraptor nasce. Pode-se entender aquele pequeno laboratório como um pequena demonstração para visitante, mas ainda assim, porque estava funcionando antes do parque abrir? Mas enfim, há uma segunda ilha, onde os animais estão livres. Também explicam bem rapidamente como eles conseguem lisina, a substância sem a qual eles teriam sido criados para que, na falta dela, morressem. Será que cientistas geniais, que recriaram a vida através da mistura de um DNA de 70 milhões de anos misturando-o com o de outros animais não conseguiriam inventar uma outra substância da qual os animais precisassem sem ser uma que é encontrada em soja ou outros vegetais comuns? Vamos ficar mesmo com a definição do primeiro filme para prosseguir: A vida encontra um meio.

Partindo da premissa que há uma segunda ilha, organizam-se duas expedições ao local: uma, do próprio Hammond, criador e idealizador do parque, que buscava documentar os animais afim de convencer a própria empresa (que não fora citada anteriormente, a InGen) de que os animais e a ilha como um todo devem ser preservadas tal como está para que não ocorram novos erros. A segunda é encabeçada pelo sobrinho dele e agora figura central da InGen, para capturar alguns animais e levá-los para San Diego e, assim, criando um parque no continente, recurar o prejuízo causado pelo projeto de seu tio. Ian Malcolm, o matemático do primeiro filme, volta irreconhecível, não visualmente, mas pelo comportamento que apresenta. Agora é um pai cuidadoso e zeloso, ainda que mostre não ter talento para tal, e capaz de voltar ao inferno do qual tinha sobrevivido para salvar a namorada. Ainda que pareça um amadurecimento do personagem, depois de passar pelo descrédito e pela ruina na carreira por divulgar o que tinha acontecido na Ilha Nublar, nada explica que o personagem de Jeff Goldblum tenha se tornado uma outra pessoa. Sem irresponsabilidades, sem sorriso malandro, sem nada disso. Do início ao fim da fita, foi o chato da história.

Ainda assim, o filme é redondinho e, dividido em duas partes muito bem determinadas, buscou apresentar algo novo. Ainda que esta sequência tenha mais dinossauros, mais mortes e mais espécies diferentes, não teria um apelo tão forte quanto o primeiro, que apresentou as criaturas. O que poderia ser feito de diferente então? Se já tivemos muitos ótimos momentos de perseguição no habitat "natural" destes animais, o que aconteceria se levássemos eles para uma grande cidade americana? Com esse diferencial, o todo poderoso Tiranossauro Rex foi levado, de fato, ao continente. Não seria algo novo, já que King Kong e Godzilla adoravam colocar esses animais gigantescos para causar o caos na cidade grande, mas pela primeira vez, as maravilhosas e realistas criaturas de Spielberg poderiam trazer realismo a uma tragédia anunciada. Um Tiranossauro não sairia quebrando prédio com os braços, nem subindo neles até o topo, mas, enfurecido, o que ele poderia provocar? Infelizmente, também nesse ponto, o filme pecou. O melhor momento desta sequência final é quando ele engole o cachorro e, ainda com a casinha pendurada na boca, é visto pelos donos do pobre cão. A perseguição pelas ruas não empolgam em momento algum, não trazem nada de novo e é extremamente cansativa.

De certa forma, ainda que se mostre uma continuação muito pouco amarrada ao original, mostrando que obviamente é um filme pensado para arrecadar mais um caminhão de dinheiro (e de fato o fez, figurando até hoje entre as 70 maiores bilheterias de todos os tempos), O Mundo Perdido é um deleite para fãs e entusiastas de dinossauros. Sua técnica é fantástica, melhorando ainda mais a grande revolução criada anos antes pelo mesmo Spielberg, trouxe outras espécies e novos cenários para elas, tem cenas muito interessantes, com um certo toque do diretor, mas assistir o filme logo depois de ver o primeiro dá uma sensação de vazio. Aquele relaxamento da mente e dos nervos que se tem ao ver o helicóptero partindo da ilha em Jurassic Park é substituído por um alívio pelo final de O Mundo Perdido. Para quem está procurando ver dinossauros, certamente é uma ótima experiência. Para quem quer ver um bom filme, nem tanto.

19 comentários:

Beatriz disse...

Interessante desconexões hollywoodianas.
gostei do blog e voltarei)

Beatriz disse...

ah, mais uma coisa. pra questões práticas sobre a blogagem do dia 26 preciso de seu email, ok?

Beatriz disse...

compulsaodiaria@gmail, sorry. sou esquecida;)

Paulo Montanaro disse...

Muito obrigado pelas palavras, Bea!
Estaremos lá no dia 26!

Há braços

altieres bruno machado junior disse...

Olá

É inegável que o primeiro filme é melhor, talvez por ser novidade, mas este tem sim suas qualidades conforme as que você citou. Imaginarmos como os dinossauros viviam e como caçavam é muito difícil, mas o filme nos dá essa oportunidade. os efeitos são super reais e a produção é impecável. Só por isso já valeria a pena ser visto.

até...

Kamila disse...

Faz tempo que não vejo este filme, mas a série Jurassic Park é sinônimo de entretenimento de alta qualidade.

Anônimo disse...

putz, pra mim só se salva o primeiro Jurassic Park, que eu nem acho tudo isso não.

é um ótimo filme de aventura, com excelentes efeitos especiais, mas acho que não tá sobrevivendo bem ao tempo, ao contrário de Jaws, por exemplo.

abraço

Paulo Alt disse...

fala cara, blz?
foi mal por ter demorado pra passar por aqui, não tava podendo postar nada e nem visitar os blogs
vlw mesmo pela visita no meu
e pior q somos xará mesmo, até na parte do "Roberto" heoaiehioaioeha
post fantástico, vou ler o anterior aqui
foi mto boa idéia vc ter feito as comparações e ainda citado King King e Godzilla...
não gostei tanto do 2º, fico com com o 1º e o 3º mesmo.
[ps. virei seu seguidor]
abraçooo

Paulo Montanaro disse...

Altieres:

Concordo com vc. As novas situações, as novas espécies e o deleite de entusiastas destas criaturas maravilhosas já são um ótimo motivo para assistir esse filme, mas enquanto roteiro, realmente fica devendo.

Valew pela visita e pelo comentário!

Há braços

Paulo Montanaro disse...

Kamila:

Verdade, Kamila. São duas horas que você escolhe do dia para se divertir.

Há braços, parceira!

Paulo Montanaro disse...

Nitzombies:

Vc acha mesmo que Jaws está sobrevivendo mais ao tempo do que Jurassic Park? Eu penso que ele acabou ficando batido pela enchorrada de filmes parecidos, com criaturas assassinas, que vieram depois. São outros tubarões, crocodilos, serpentes e sei-lá-mais-o-que... Ainda dá show nestes, mas eu acho que Jurassic Park, mesmo tendo mais de 15 aninhos, ainda dá show em muito filme com 10 vezes mais dinheiro, tanto em efeitos como em roteiro, não acha?

Obrigado pela visita!
Há braços

Paulo Montanaro disse...

Paulo Roberto Xará! rs

É muita coincidência mesmo... acho que o negócios dos Paulos Robertos é cinema, cultura pop e entretenimento, né não? rs

O mais incrível e engraçado é que o terceiro só tem a produção do Spielberg. Ele desistiu de dirigir dinossauros nesse segundo... será trauma? hehehe

Obrigado pela visita e por ser seguidor do blog!

Há braços

Hugo disse...

No quesito história o segundo filme é bem diferente e muda o conceito do original, que acaba tendo como uma verdadeira sequência, porém com menos qualidade, a terceira parte.
Este filme é ótimo na parte visual e efeitos especiais, além de ação é claro, por sinal como toda a obra de Spielberg.

Nade T. disse...

Boa Noite!
Adorei ver que você confirmou presença na Blogagem Coletiva - Minha Música, Meu Momento! Fico honradíssima em tê-lo parceiro no dia 21 e já estou ansiosa em ler a sua história, em ver sua postagem. Vai ser fantástico ler as experiências de vários amigos blogueiros sobre o tema proposto postadas em seus respectivos blogs no dia 21!
Só não esqueça de anunciar sua participação na Blogagem colando o selo na sidebar do seu blog...
Dia 21, estaremos em festa!
Grande beijo!

Orgulho de Ser

FilmesCinep disse...

http://fimescinep.blogspot.com/

Paulo Montanaro disse...

Olá Nade, Ola Michely.

Muito obrigado pela visita! E vamos todos juntos nessa blogosfera, né!

Há braços
Paulo

Ygor Moretti disse...

Opa valeu pelo link o Pensando... já está lános lnks do moviemento. Valeue te mais!!!

Anônimo disse...

Olá, gostei de seu blog e achei também interessante sua opinião sobre o filme Jurassic Park 2 O Mundo Perdido. Sempre gostei de muito de dinossauros e quando vi os filmes pela primeira vez, passei a admirar muito mais esses animais pré-históricos. Acho que todos os três filmes de Jurassic Park são incríveis, apontando lógico o que você citou; mas a minha admiração maior pelo filme, é sem dúvida o som feito por uma orquestra que coube muito bem ao filme, os dinossauros animatron e os efeitos especiais, os personagens principalmente o meu favorito Dr. Alan Grant, e o diretor dessa incrível maravilha Steven Spielberg. Pra mim é um dos melhores filmes de ficção científica que já existiu no mundo, faz uma mistura de história e tecnologia o que deixa o filme ainda mais fantástico. Mas sendo ou não um bom filme, ele sempre terá seu lugar na mente daqueles que gostam.

Atenciosamente: Bruno Nunes

Anônimo disse...

A trilogia do jurassic park é otima.o primeiro é melhor pelos efeitos, sinopse e personagem. O terceiro e otimo apenas pelos efeitos.o segundo filme é o que apresenta flora mais proxima do jurassico:gimnospermas, samabaias, coniferas etc

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