terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dossiê Lost: Sun e Jin Kwon

Texto de Karen Cristina

Triste coisa é querer bem a quem não sabe perdoar, disse um poeta. Por uma linda estória de amor, Jin e Sun sabem como poucos a praticar o perdão. Ao menos um com o outro.

A bela estória dos dois ultrapassa barreiras sociais, avança por comprometimento e desapego a sonhos e esbarra em deslizes, mentiras e traição. E se renova pelo perdão.

Quando conhecemos Sun, ela parecia a típica gueixa submissa, enquanto Jin era o marido tirano. Com o tempo descobrimos que as aparências enganam.

Jin é hoje um dos personagens mais queridos, um dos losties mais confiáveis, o verdadeiro pau pra toda obra e por fim, o marido exemplar. Claro que o passado o condena: omitiu o pai por vergonha, virou capanga do sogro mafioso, mas tudo que fez foi por amor...

Por mais pesado que soe o envolvimento dele com a máfia coreana, Jin foi o peso do bem em meio ao mal. Poupou vidas, tentou fazer o melhor mesmo tendo o pior como única fonte porque se há algo que não se pode negar é a grandeza do coração do coreano. Ajudou quem pode na Ilha, renasceu e se viu em todas as provas possíveis.

Sun, por seu lado, na verdade não era a mulher fraca e submissa que parecia. Mesmo antes da Ilha, a insatisfação com o casamento e o afastamento do marido a levou a uma traição. Bem que ela tentou fugir, mas não conseguiu abandonar Jin, seu grande amor.

Na Ilha, mais uma vez se viu afundada em mentiras. Talvez porque fosse mentirosa por natureza, talvez porque quem está certo mesmo é House, e Everbody Lies. O certo é que só assumiu que falava inglês por questão de vida ou morte. Mas Sun sempre foi doce, meiga. E se fortaleceu a cada nova prova. Como Juliet, é uma ótima representante do sexo feminino. Ela tem a capacidade de fazer o que deve ser feito, e com classe.

O irônico na estória do casal é que ambos guardavam um passado de arrependimento por tomar atitudes e decisões que imaginavam ser fundamental para manter o casamento. Jin queria manter Sun nos padrões de vida que ela sempre teve, o que para ela era o mais irrelevante. Enquanto Sun tentando encobrir a verdadeira identidade da mãe de Jin o jogou diretamente no trabalho sujo do pai.

E a crise se agravaria na Ilha. Em meio a um relacionamento abalado, a todo descrédito de um casal sem comunicação, a gravidez de Sun traz uma nova chance para os dois. Porém, seriam preciso muitos ajustes e finalmente a verdade, dita da boca de Juliet, para que o casal tenha solidificado o relacionamento, fortalecido pelo perdão de uma traição.

E o perdão veio justamente da parte de um homem de uma cultura altamente machista. Jin perdoa, se desculpa e assume a culpa pelo afastamento da esposa. É de Jin, aliás, uma das frases mais belas de Lost, além de muitos momentos puros de romantismo.
Ao pedir a mão de Sun para seu pai, um lindo momento.

Como posso entregar minha filha para um homem que desiste de seus sonhos, pergunta sr. Paik.
Porque ela é o meu sonho – responde Jin.

É impossível enxergar completamente Lost sem considerar as belas histórias de amor. E Jin e Sun são um dos casais que estão naquela Ilha para renovar os votos, para rever o relacionamento.
A prova maior dos dois foi a separação involuntária gerada pela explosão do cargueiro. Em uma cena emocionante, vimos Sun perder seu grande amor. E no seu grito de dor, no seu desespero, a coreana perderia o que tinha acabado de reencontrar. Foi cruel e muito triste.

Sun nunca se recuperou. Nos três anos em que esteve fora da Ilha, só quis se vingar. Enfrentou o mundo do pai, a frieza das viagens de negócios, caçou Benjamin Linus, se aliou a Widmore. Tive medo dela. E para ter uma chance de rever Jin, Sun abriu mão da filha. Voltou para a Ilha sabendo que dificilmente retomaria a vida no continente.

Enquanto Sun sacrifica a maternidade pelo marido, Jin prefere mantê-la longe do inferno que se transforma a Ilha durante o período de viagens constantes do tempo.

Mas é o destino que manda, ou melhor, a Ilha é quem decide. E por mais cruel que pareça, apesar de tantos sacrifícios, tanta abnegação, os dois acabam separados por trinta anos.

Resta-nos esperar pelo reencontro. Deve ser, sem dúvida, mais um dos momentos inesquecíveis da série, carregado de dramaticidade e com uma trilha sonora de arrepiar ao fundo. Aposto que irá ocorrer. Talvez não tão de cara, logo no início da temporada. Ou talvez, pensando melhor, caso ocorra o reebot, o reencontro passe em branco...

O que é impossível negar é a solidez do amor entre Jin e Sun. O casal que superou muito mais do que diferenças sociais. O casal que nos ensina o perdão.

Pitaco do Paulo

Sun e Jin nunca pareceram o casal perfeito. E de fato, nunca o foram enquanto casados. Em uma sociedade machista, o amor de ambos foi afogado por obrigações e acontecimentos que vão além da relação homem-mulher. O carinho e o afeto deram lugar a traições e mentiras. Quis o destino (será ele mesmo?) que de um desastre viesse uma segunda chance para ambos. De se encontrarem novamente e se descobrirem naquilo que lhes estava soterrado: o amor. Ainda bem que este sempre esteve lá.

4 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Parei de acompanhar o Lost na segunda temporada, depois só vi um ou outro episódio solto...

Seu blog é um ótimo universo! Já te sigo, bem de perto, abs

Tô Ligado disse...

Nooo

Fiquei mó triste qnd o Jin morreu.
Depois revoltado qnd ele estava vivo.

Lost é isso... uma confusão que eu adoro!!!

Abraços
Brunno

Nanamelon disse...

Texto LINDO!

Parabéns!

Lucas Rodrigues disse...

Muito bom texto!
Espero que eles se reencontrem na ultima temporada!
;D

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