Invasão de extraterrestres é e, acredito eu, sempre será um dos carros-chefe da ficção científica, principalmente nas grandes produções do cinema norte-americano. O fascínio que o tema causa já foi tratado aqui no review da primeira temporada de Falling Skies (que você pode conferir clicando AQUI). Em Invasão do Mundo - Batalha de Los Angeles, acompanhamos uma história contada por um ponto de vista bastante interessante, sendo guiados por um grupo de fuzileiros navais americanos no ápice de uma guerra contra invasores. O resultado não é ruim, longe disso, mas tem alguns problemas de execução, que podem ou não incomodar o público que o filme busca atingir. Tudo depende, como diriam os físicos, do ponto de vista. Afinal, não é segredo para ninguém tudo o que uma produção como esta quer mostrar. Basta olhar o cartaz ao lado para entender quem é, de fato, o grande salvador da pátria da produção.
O grupo de fuzileiros que centralizam as atenções no longa do diretor Jonathan Liebesman, cujo personagem central é o segundo-sargento Nantz, é composto dos mais diversos elementos, cada qual com o seu arquétipo mais do que estabelecido, indo do cara com problemas psicológicos e está em tratamento para voltar a manipular armas e é chamado às pressas para um combate violento, à mulher que trabalha com questões técnicas e que, por acaso, está inserida na linha de frente da guerra. Tais personagens são apresentados rapidamente no início do filme, depois da cena inicial, em uma espécie de flashback que antecede aquilo que já estamos cientes do que vai acontecer. Contudo, esta apresentação parece ser um tanto que apressada para algo que pretende humaniza-los na busca de uma empatia com o público; ou desnecessária, já que só prepara terreno para duas horas de tiroteio e quebra-pau. Durante o filme, você não está ligando para o cara que vai casar ou se o virgem do grupo vai acabar morrendo antes de encontrar o amor nos braços de uma mulher. Em meio a tanta correria, cortes rápidos e sangue, o espectador sequer identifica um ou outro, ou se consegue diferencia-los, não tem tempo para pensar quem era esse cara lá no início do filme. O foco, neste desenvolvimento de personagens, está de fato no protagonista, e mesmo assim é bastante raso e cheio de clichês, daqueles ruins, já que é mais do que óbvio que uma hora ou outra ele vai se confrontar com o irmão de um de seus antigos soldados que morreu outrora e com todos os fantasmas de seu passado.
O filme é totalmente centrado nesta galera. Assim, em momento algum se sabe sobre o que anda acontecendo pelo mundo afora, ou mesmo em outros pontos de Los Angeles. As únicas informações que o espectador recebe são dadas por aparelhos de rádio ou televisão, espalhados pelo cenário. Curioso que, em meio a um apocalipse repleto de destruição, os canais continuam transmitindo e todos os locais devastados permanecem com energia elétrica e com TVs ligadas e sintonizadas exatamente nestas emissoras. No Brasil, a energia seria a primeira coisa que iria para o espaço nessas horas. Enfim, seguindo a proposta de nos colocar dentro da ação, como parte daquele grupo, o diretor faz a escolha que já nem é tão original ou arriscada como outrora, de trabalhar com câmera na mão. Ainda que o cinegrafista não esteja inserido na miss-en-scene, como em Cloverfield, por exemplo, a sensação de quem assiste é exatamente a mesma de ser mais um dos elementos que tentam, a todo custo, escapar do fogo inimigo. Esta escassez de informações colabora bastante com as surpresas a cada nova esquina, já que não sabemos se a guerra está acabando, se está terminando, e quem está ganhando. Algo muito parecido com o que cada um deles sente na busca pela sobrevivência e do cumprimento da missão.
No final das contas, Invasão do Mundo - Batalha de Los Angeles foi pensado para um público específico. Identifica, portanto, todos os pontos fundamentais necessários à narrativa e os explora o máximo possível. A grandiosidade de cada um dos confrontos parece ser ponto central na idéia da produção e os efeitos especiais foram pensados milimetricamente para serem satisfatórios sem ultrapassar limites orçamentários (ou mesmo de criatividade da equipe de produção). Há quem reclame do patrotismo exacerbado e do heroísmo americano, há quem reclame da história manjada, ou mesmo do didatismo de cenas e relações que já vimos tantas vezes. A verdade é que aquele que procurou o filme estava buscando exatamente estes elementos para se divertir. E, neste caso, o sucesso é absoluto. Quem estava procurando por um Band of Brothers, certamente não deve ter lido o nome do diretor no cartaz, nem que haveria alienígenas na história. Portanto, o filme cumpre o que promete, em todos os sentidos. Não é um clássico pós-moderno do cinema de vanguarda, longe disso, e certamente não ficará na memória por muito tempo. Diverte, entretem, tensiona, e acaba. Foi feito pra isso. E vale a pena.
O grupo de fuzileiros que centralizam as atenções no longa do diretor Jonathan Liebesman, cujo personagem central é o segundo-sargento Nantz, é composto dos mais diversos elementos, cada qual com o seu arquétipo mais do que estabelecido, indo do cara com problemas psicológicos e está em tratamento para voltar a manipular armas e é chamado às pressas para um combate violento, à mulher que trabalha com questões técnicas e que, por acaso, está inserida na linha de frente da guerra. Tais personagens são apresentados rapidamente no início do filme, depois da cena inicial, em uma espécie de flashback que antecede aquilo que já estamos cientes do que vai acontecer. Contudo, esta apresentação parece ser um tanto que apressada para algo que pretende humaniza-los na busca de uma empatia com o público; ou desnecessária, já que só prepara terreno para duas horas de tiroteio e quebra-pau. Durante o filme, você não está ligando para o cara que vai casar ou se o virgem do grupo vai acabar morrendo antes de encontrar o amor nos braços de uma mulher. Em meio a tanta correria, cortes rápidos e sangue, o espectador sequer identifica um ou outro, ou se consegue diferencia-los, não tem tempo para pensar quem era esse cara lá no início do filme. O foco, neste desenvolvimento de personagens, está de fato no protagonista, e mesmo assim é bastante raso e cheio de clichês, daqueles ruins, já que é mais do que óbvio que uma hora ou outra ele vai se confrontar com o irmão de um de seus antigos soldados que morreu outrora e com todos os fantasmas de seu passado.
O filme é totalmente centrado nesta galera. Assim, em momento algum se sabe sobre o que anda acontecendo pelo mundo afora, ou mesmo em outros pontos de Los Angeles. As únicas informações que o espectador recebe são dadas por aparelhos de rádio ou televisão, espalhados pelo cenário. Curioso que, em meio a um apocalipse repleto de destruição, os canais continuam transmitindo e todos os locais devastados permanecem com energia elétrica e com TVs ligadas e sintonizadas exatamente nestas emissoras. No Brasil, a energia seria a primeira coisa que iria para o espaço nessas horas. Enfim, seguindo a proposta de nos colocar dentro da ação, como parte daquele grupo, o diretor faz a escolha que já nem é tão original ou arriscada como outrora, de trabalhar com câmera na mão. Ainda que o cinegrafista não esteja inserido na miss-en-scene, como em Cloverfield, por exemplo, a sensação de quem assiste é exatamente a mesma de ser mais um dos elementos que tentam, a todo custo, escapar do fogo inimigo. Esta escassez de informações colabora bastante com as surpresas a cada nova esquina, já que não sabemos se a guerra está acabando, se está terminando, e quem está ganhando. Algo muito parecido com o que cada um deles sente na busca pela sobrevivência e do cumprimento da missão.
No final das contas, Invasão do Mundo - Batalha de Los Angeles foi pensado para um público específico. Identifica, portanto, todos os pontos fundamentais necessários à narrativa e os explora o máximo possível. A grandiosidade de cada um dos confrontos parece ser ponto central na idéia da produção e os efeitos especiais foram pensados milimetricamente para serem satisfatórios sem ultrapassar limites orçamentários (ou mesmo de criatividade da equipe de produção). Há quem reclame do patrotismo exacerbado e do heroísmo americano, há quem reclame da história manjada, ou mesmo do didatismo de cenas e relações que já vimos tantas vezes. A verdade é que aquele que procurou o filme estava buscando exatamente estes elementos para se divertir. E, neste caso, o sucesso é absoluto. Quem estava procurando por um Band of Brothers, certamente não deve ter lido o nome do diretor no cartaz, nem que haveria alienígenas na história. Portanto, o filme cumpre o que promete, em todos os sentidos. Não é um clássico pós-moderno do cinema de vanguarda, longe disso, e certamente não ficará na memória por muito tempo. Diverte, entretem, tensiona, e acaba. Foi feito pra isso. E vale a pena.
Um comentário:
Valeu a dica, Paulo Roberto.
O Falcão Maltês
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