sábado, 13 de junho de 2009

Jurassic Park

O Parque dos Dinossauros (Steven Spielberg - 1993)

Tudo bem, tudo bem... o primeiro filme desta ótima trilogia já está completando seus 16 aninhos e já vimos muitos dinossauros na tela desde então. Aproveitando que está rolando por esses tempos a estréia do filme que adapta o seriado oitentista O Elo Perdido, onde algumas vezes os envolvidos dizem que é uma mistura entre comédia pastelão e o clássico de Spielberg, aproveitei para reassistir a trilogia de O Parque dos Dinossauros (como foi chamado aqui muito depois que o nome original Jurassic Park já tinha se diluido). E cada vez mais sou fã.

O filme original, baseado em livro homônimo de Michael Crichton, foi uma das maiores revoluções na história dos efeitos especiais do cinema mundial. Pela primeira vez na história, o CGI, hoje usado aos escessos por diretores ruins e deslumbrados, foi utilizado para se criar criaturas vivas em tom de realidade. Antes, a maior aplicação da técnica tinha sido alcançada por James Cameron, em Terminator 2 (O Exterminador do Futuro 2 - O Dia do Julgamento), criando e mesclando o T1000 ao ambiente real. Ainda assim, era metal, e não um organismo. Spielber, depois de testar o stop-motion, acabou por investindo na idéia de se criar dinossauros em CGI, buscando um nível de realismo nunca visto antes na construção de criaturas orgânicas. E conseguiu! Sua equipe de efeitos especiais alcançou um nível de suspensão da descrença admirado até hoje e alcançado por muito poucos.

Unindo tecnologia de ponta a um ótimo roteiro, construído a partir do livro, o filme conta a história de um parque temático, construído em uma pequena ilha perto da Costa Rica, onde a grande atração eram dinossauros reais, clonados a partir de fósseis de mosquitos que teriam guardado o DNA destas criaturas pelo sangue do qual se alimentavam, através da fossilização. A forma de se amarrar a história cientificamente para torná-la crível é interessante e convence, ainda que possa conter alguns buracos que os especialistas possam apontar. Mas partindo deste ponto, o filme mostra um grupo de visitantes-teste, formado por um paleontólogo renomado (Alan Gant, vivido por Sam Neil), uma paleo-botânica (Ellie Sattler, vivida por Laura Dern), um matemático adepto da Teoria do Caos (Iam Malcolm, interpretado por Jeff Goldblum), duas crianças e um advogado. Quando um funcionário descontente do parque boicota o passeio para fugir com parte do desevolvimento da clonagem, o passeio começa a dar errado e todos que estavam visitando essas criaturas, juntamente com o criador e idealizador do parque (John Hammond - estrelado por Sir Richard Attenborough) e os funcionários que sobraram (dentre eles, Ray, vivido por Samuel L. Jackson), passam por apuros para se manterem vivos e não serem caçados naquela ilha distante.

As cenas de ação são incríveis, fantasticamente coreografadas e de um misto de tensão e aventura como nos melhores momentos de Steven Spielberg. A forma de condução da narrativa é muito bem trabalhada e não nos cansamos de ver braquiossauros, velociraptors. Outros aparecem por poucos momentos, como o Triceratops e o Dilofossauro, mas com participações importantes. De qualquer modo, o grande astro do filme, sem dúvida, é o Tiranossauro, protagonista das melhores cenas do filme. Sua primeira aparição é parte da história do cinema e certamente está entre as primeiras lembranças que cada um de nós temos quando alguém toca na palavra "dinossauro". A trilha de John Williams segue o mesmo caminho, compondo um espetáculo tão grandioso quando as criaturas do filme.

Apesar de o filme descrever a calamidade causada na ilha como uma falha intencional causada pelo técnico em informática da ilha, percebemos, ao longo da narrativa, que o grande discurso, tanto dos personagens como o de Spielberg, é que não se pode brincar de Deus. Como disse Iam Malcolm, a ciência por trás daquele mundo fantástico estava tão preocupada em mostrar que poderia recriar animais extintos há milhares de anos que não se deu conta de pensar se deveria. O controle que os homens naquele parque acreditavam ter sobre a vida se mostrou, sistematicamente, falho. Tanto enquanto administradores do parque, já que não poderia controlar sequer quando os dinossauros apareceriam para os visitantes, como não puderam controlar a reprodução desses animais em seu habitat. "A vida encontra seu caminho", disse Iam Malcolm e repetiu Alan Grant. E essa é a grande mensagem que podemos tirar daquilo tudo. É genial conseguir reavivar criaturas a partir da genética, e muitas vezes todos se mostraram estasiados por presenciar algo que jamais deveria estar em nosso tempo, mas ao final, todos sabiam que aquilo nã estava certo, nem a sua criação, nem a sensação de controle. Até mesmo aquele que criou tudo isso. Ele não poupou despesas, como repete o filme todo, mas ainda assim não conseguiu controlar aquilo que achava que poderia: a vida.

6 comentários:

altieres bruno machado junior disse...

Olá

Este primeiro filme é ótimo, foi uma revolução para a CG. Tanto é que depois de pronto, George Lucas percebeu que já era possível fazer os três primeiros episódios de Star Wars. RECOMENDO!!!

até : )

Paulo Montanaro disse...

Ótima lembrança, Altieres. Realmente, ele foi o abre-alas que mostrou até onde o CGI poderia ir... Pena que depois isso se tornou batido, quando alguns deslumbrados o usaram e esqueceram de colocar em um roteiro descente.

Há braços

Equipe ToonSeries disse...

Nossa quanto tempo já faz heim.
Ainda me lembro como se fosse ontem quando fui ao cinema ver esse filme e como fiquei maravilhado com oque vi. Apesar do livro não ter muito a ver com o filme, continua sendo uma obra-prima de Spielberg.
Bem que poderiam lançar em homenagem uma coleção especial com os 3 filmes em DVD, não aquela Box que já existe que não tem nada de especial.
Até a VHS do primeiro filme (que por sinal tenho até hoje guardada) foi mais bem feita que os DVDs.
Bom, o importante é sonhar haha.

Abraços

Ricardo Braga
Equipe ToonSeries

Paulo Montanaro disse...

É verdade... aquele box com os três filmes dentro da mesma caixinha não tem nada demais. É através dele que eu vi os três filmes seguidos, aliás. Mas aquela caixa do VHS do primeiro filme é maravilhoso mesmo. Esse é ítem de colecionador!

Há braços
Paulo

Ygor Moretti disse...

Pois é me lembro de tentar ver no cinema, mas sempre lotado, e ficava a aimginação de como conseguiram "fazer" os dinossauros computadorizados rsssss.


Parabens pelo blog!!!

Paulo Montanaro disse...

Valew pelo comentário e pelo elogio, Ygor! O seu tbm é bem legal! Já sou fã!

Há braços
Paulo

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