E o mundo de Hollywood segue com sua saga de refilmagens, adaptações, remakes, prelúdios, continuações e todo tipo de desculpa esfarrapada do mundo para reviver franquias cujo lucro parece garantido por seu público cativo já estabelecido. E a onda agora é reviver os grandes maníacos dos filmes de terror do final dos anos 70, início dos 90, cinematograficamente falando, até porque diegeticamente eles nunca morrem mesmo...
Halloween - O Início chega ao Brasil com dois anos de diferença de seu lançamento nos Estados Unidos. Assim, mesmo tendo sido produzido bem antes, chegou aqui depois de Sexta-Feira 13 (cuja crítica do PIS pode ser conferida aqui). E chegou com certa polêmica, já que, tal como as vítimas de Michael Myers, foi completamente retalhado para pegar uma censura mais baixa do país, perdendo cerca de 20 minutos da metragem original. E essa prática começa a se tornar recorrente, o que é péssimo para nós, público brasileiro, que estamos recebendo versões mais light de Brüno, Se Beber Não Case...
Voltando ao filme em si, que é uma espécie de prelúdio e refilmagem do original de 1978 (que levou Jamie Lee Curtis ao estrelato), vemos no começo da trama um jovem Michael e todos os estereótipos de uma vida traumática: tem uma familía desestruturada (mais clichê do que uma mãe striper, um padastro alcoólatra e uma irmã rebelde, impossível), colegas violentos na escola, problemas com comportamento... enfim, uma coleção de características daquelas que todos já vimos milhões de vezes na psicologia barata que se usa para se explicar comportamento violento no cinema. Neste ponto, o reboot de Sexta-Feira 13 foi muito mais feliz. Não tentou se explicar, ou explicar porque Jason faz o que faz... ele simplesmente é o Jason! Em Halloween, o começo é modorrento e se perde nesta construção do personagem. Os primeiros assassinatos são até bem construídos, mas acaba sendo pouco para causar interesse, empatia ou antipatia pelo loirinho que parece o mais novo dos Hansons (lembra deles?). Sua relação com o psiquiatra é também bastante morna e sua fuga é bastante pobre. Até que ele comece a matar de novo, é preciso estar firme para não cochilar.
O pior do filme é que toda a construção que se coloca no começo cai por terra quando ele volta a aterrorizar o seu bairro natal. Se ele mostra que se vingava daqueles que lhe faziam mal, acaba estripando pessoas quem nem conhecia, como os pais adotivos de sua irmã. Aliás, não fica muito claro o real motivo de sua busca pela única pessoa viva de sua família destruída por ele mesmo. Se era a intenção, ótimo, mas não vi motivo para sua busca por ela. Carinho? Vingança? Fraternidade? Nada disso fica claro em seu comportamento. É como se ela fosse um motivo bem arranjado para que o filme se focasse na antiga vizinhança de Myers.
No contar dos pontos, Halloween não faz jus ao original, e nem mesmo às continuações, bem inferiores. Se não fosse pela publicidade de ser a refilmagem de um dos maiores clássicos do gênero, passaria despercebido por muita gente, porque não apresenta nada de novo, e se perde nos clichês e nas regras estabelecidas para o gênero. Não que partir do clichê seja ruim por si só, visto que o já citado Sexta-Feira 13 foi muito bem exatamente por reestabelecer as regras desse sub-gênero e colocar seu próprio estilo na tela. Patinar no clichê e sequer conseguir aplicá-lo é que é ruim.
Halloween - O Início chega ao Brasil com dois anos de diferença de seu lançamento nos Estados Unidos. Assim, mesmo tendo sido produzido bem antes, chegou aqui depois de Sexta-Feira 13 (cuja crítica do PIS pode ser conferida aqui). E chegou com certa polêmica, já que, tal como as vítimas de Michael Myers, foi completamente retalhado para pegar uma censura mais baixa do país, perdendo cerca de 20 minutos da metragem original. E essa prática começa a se tornar recorrente, o que é péssimo para nós, público brasileiro, que estamos recebendo versões mais light de Brüno, Se Beber Não Case...
Voltando ao filme em si, que é uma espécie de prelúdio e refilmagem do original de 1978 (que levou Jamie Lee Curtis ao estrelato), vemos no começo da trama um jovem Michael e todos os estereótipos de uma vida traumática: tem uma familía desestruturada (mais clichê do que uma mãe striper, um padastro alcoólatra e uma irmã rebelde, impossível), colegas violentos na escola, problemas com comportamento... enfim, uma coleção de características daquelas que todos já vimos milhões de vezes na psicologia barata que se usa para se explicar comportamento violento no cinema. Neste ponto, o reboot de Sexta-Feira 13 foi muito mais feliz. Não tentou se explicar, ou explicar porque Jason faz o que faz... ele simplesmente é o Jason! Em Halloween, o começo é modorrento e se perde nesta construção do personagem. Os primeiros assassinatos são até bem construídos, mas acaba sendo pouco para causar interesse, empatia ou antipatia pelo loirinho que parece o mais novo dos Hansons (lembra deles?). Sua relação com o psiquiatra é também bastante morna e sua fuga é bastante pobre. Até que ele comece a matar de novo, é preciso estar firme para não cochilar.
O pior do filme é que toda a construção que se coloca no começo cai por terra quando ele volta a aterrorizar o seu bairro natal. Se ele mostra que se vingava daqueles que lhe faziam mal, acaba estripando pessoas quem nem conhecia, como os pais adotivos de sua irmã. Aliás, não fica muito claro o real motivo de sua busca pela única pessoa viva de sua família destruída por ele mesmo. Se era a intenção, ótimo, mas não vi motivo para sua busca por ela. Carinho? Vingança? Fraternidade? Nada disso fica claro em seu comportamento. É como se ela fosse um motivo bem arranjado para que o filme se focasse na antiga vizinhança de Myers.
No contar dos pontos, Halloween não faz jus ao original, e nem mesmo às continuações, bem inferiores. Se não fosse pela publicidade de ser a refilmagem de um dos maiores clássicos do gênero, passaria despercebido por muita gente, porque não apresenta nada de novo, e se perde nos clichês e nas regras estabelecidas para o gênero. Não que partir do clichê seja ruim por si só, visto que o já citado Sexta-Feira 13 foi muito bem exatamente por reestabelecer as regras desse sub-gênero e colocar seu próprio estilo na tela. Patinar no clichê e sequer conseguir aplicá-lo é que é ruim.
6 comentários:
hehe ce pensa totalmente o contrário de mim mas tae, se todos pensassem igual o mundo seria um tédio. Continue fazendo reviews de filmes de terror, é bom ver as várias perspectivas de um mesmo assunto. Tudo de bom.
Ainda não vi esse, assisti apenas o "Drag me to hell" do mestre Sam Raimi, voltando a suas origens trashs.
vale a pena conferir. Gostei muito do final inesperado!!!
Abraços
Ricardo Braga
Equipe ToonSeries
Olá pessoal!
APF: Pois é... eu tbm tive algumas indicações boas e outras delas, nem tanto, sobre Halloween e Sexta-Feira 13. É engraçado como no terror há mais discordâncias e pontos de vista do que em outros gêneros...
ToonSeries: Estou louco para ver o filme, esperando chegar aqui no interiorzão desse meu Sumpaulo! hehehe Estou muito curioso depois de tudo o que li do filme...
Há braços
Montanaro, te indiquei ao selo "Vale a Pena Ficar de Olho Nesse Blog". Dê uma passada lá. Abcs.
Esse remake começa bem destacando a infância do serial killer, de como ele se tornou assassino, mas do meio em diante o negócio só piora, ñ gostei, ainda prefiro o original. nota 4.0!
Abs! Diego!
Olá pessoal!
Jacques: muito obrigado pelo presente! Fico lisongeado com o prêmio e espero retribuir em breve.
Dewonny: sempre é complicado ter um clássico como referência. Quando se aceita fazer uma refilmagem de um filme cultuado, se não for apresentado algo novo, acontece o que aconteceu com Psicose, Halloween e tantos outros.
Há braços
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