segunda-feira, 14 de setembro de 2009

True Blood - 2ª Temporada

Com o fim da segunda temporada de True Blood, ocorrida neste último final de semana na TV norte-americana, mais um ciclo na história se fechou, e como podia-se esperar, outros tantos começaram. Com o final do décimo-segundo episódio, algumas coisas se resolveram, mas outras parecem ter apenas começado. Foi uma ótima temporada, superando todas as expectativas, mas como na temporada anterior, com um final nada mais do que bom. Se não foi surpreendente como alguns dos episódios anteriores, o season finale foi bem digno e fecha de forma muito satisfatória esse segundo ano da série-sensação do mid-season.

Na primeira temporada, foram dois focos bem interessantes que introduziram a série. O primeiro deles, e um reflexo imediato da moda atual de vampiros, é a volta da sensualidade e da sedução ligados a essas criaturas, o que havia se perdido um pouco com o passar dos anos, onde vampiros não passavam de monstros e criaturas horrendas. O segundo, e mais importante e significante, foi a questão do preconceito e da fúria em se confrontar o diferente. Nesta segunda temporada, também foram dois os focos, muito mais delimitados pela própria estrutura narrativa, que se dividiu até os episódios finais em dois núcleos em dois lugares distintos: o de Bon Temps e o de Dallas.

O primeiro foi a expansão no universo mitológico da série. Não só vampiros, mas outras criaturas sobrenaturais e mitológicas surgiram com muita força. Além de Maryann, a mênade que remete diretamente à mitologia grega, encontramos Daphne, outra metamorfa como Sam, e Barry, outro telepata, como Sookie. Também vimos que Eric pode voar, o que nem chegou perto de ser explicado. Há muito o que se explorar nessa mitologia nas próximas temporadas. Esperem por lobisomens, que sempre são citados, e outras características vampirescas ainda não reveladas. E, obviamente, há os poderes especiais de Sookie, que parece ter um dom muito maior do que o de "simplesmente" ler mentes.

O segundo foco bastante explorado nessa temporada, e que promete retornar ainda mais forte no futuro, é o fanatismo religioso. Nesse ponto, True Blood tem sido muito feliz em explorar a forma como o modo "xiita" de ver as coisas pode ser catastrófico. Nada menos do que uma grande metáfora à história mundial construída sobre os escombros de guerras religiosas e ideológicas durante séculos, ou mesmo milênios. O núcleo de Dallas soube apresentar personagens muito ricos de ambos os lados, simpatizantes e inimigos dos vampiros, diversificando, dentro desses grupos, elementos mais ou menos radicais. Newlin se mostrou um grande covarde manipulador, Luke acabou explodindo como um grande alienado e Sarah enquanto uma mulher que acredita tão inocentemente em tudo isso que perdeu a noção de realidade. Ao mesmo tempo, conhecemos Godric, o qual todos esperavam ser um viceral assassino pela idade e força que acumulou e que acabou se mostrando muito equilibrado e evoluído. Dentre seus iguais, há os mais fervorosos e selvagens, como a própria Lorena, e os mais burocratas, como a vampira que sempre tem embates na televisão com o pastor. Enfim, Alan Ball consegue fugir do maniqueísmo puro e mostrar que não há um lado certo e um errado, ou heróis e bandidos, mas um universo muito mais complexo, onde caçador e caça se misturam e se confundem. Mostra que o poder da manipulação através de uma figura divina pode cegar, como o Sociedade do Sol fez com tantos jovens, ou pode até fazer com que as pessoas percam-se de si mesmas, como Maryann fez com os cidadãos de Bon Temps.

Esta temporada foi bastante proveitosa em tantos outros aspectos que ficou impossível de não se esperar ainda mais das próximas. A história de amor de Sookie e Bill, que não agrada a todos os fãs, já teria pimenta o suficiente se ela tivesse simplesmente aceitado o anel de noivado. Com o sequestro do vampiro, tudo parece que fica ainda maior. Eric parece ser mais ameaçador ao romance de ambos do que nunca e, de cara, surge como principal suspeito do sequestro de Bill, se pensarmos no seu último diálogo com a rainha. A história paralela de Jessica foi bastante cativante, ainda que completamente fora da narrativa principal. Creio que esteja faltando um envolvimento maior dela com a trama central, mas o gancho para a próxima temporada aponta para outro caminho e decepciona os tantos seguidores do casal que ela forma com Hoyt. Ainda temos pontas soltas que devem ser mais focadas no próximo ano, como a volta de Lafayette à ativa na venda de V, agora sob o comando de Eric e da Rainha, além de a prima perdida de Sookie ser uma das servas desta mesma rainha, que deve ter uma participação maior no ano 3. E obviamente personagens como Jason, Tara e Sam encontrarão outras aventuras na cidade que parece se tornar o centro de todas os entraves entre vampiros, humanos e o que mais aparecer.

Agora, é esperar até o meio do ano que vem para ver se a série que se tornou mania vai manter o ótimo nível que construiu. Esperamos que sim.

3 comentários:

Cristina Caetano disse...

Eu A-DO-RO. E sendo um bocadinho fútil já que o mais importante foi dito, ainda me incomoda o exagero da maquiagem branca em alguns vampiros e em outros não. Podiam caprichar um pouco mais no detalhe, parecem que os personagens "vampíricos" principais recebem o branco mais branco. :)

Beijinhos

Paulo Montanaro disse...

Oi, Cris.

Vc tem razão... eu sempre achei algo estranho, mas não sabia dizer o que era com essa caracterização... hehehehe Talvez a publicidade nos EUA seja de sabão... olhem o branco mais branco de Bill! rs

Há braços

Unknown disse...

Cara, já ouvi muita gente falar bem de True Blood, mas confesso que não gostei muito do pequeno pedaço de uns 5 minutos que assisti uma vez. Talvez preciso dar uma segunda chance e assistir um episódio inteiro pra ter uma opinião mais bem formada.

Abraços!

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